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Agronegócio busca alternativas para evitar impactos da moratória da UE nas exportações

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A implementação das exigências da Lei de Produtos Livres de Desmatamento (EUDR), aprovada pela União Europeia (UE) em 2022, está gerando grande preocupação no agronegócio brasileiro. Com o início da aplicação das novas regras programado para 30 de dezembro de 2025 para grandes empresas e 30 de junho de 2026 para micro e pequenas empresas, o Brasil está intensificando as negociações para evitar uma classificação de “alto risco” de desmatamento. Caso o país seja incluído nesta categoria, as exigências para exportar produtos como soja, carne bovina e café para a Europa se tornariam ainda mais rígidas, impactando diretamente as exportações brasileiras.

A EUDR exige que os produtos comercializados na UE sejam rastreados até a origem, com o objetivo de garantir que não venham de áreas desmatadas após 2020. Para isso, os países exportadores serão classificados em quatro níveis de risco: nulo, baixo, médio e alto, com base nos índices de desmatamento e nas políticas ambientais adotadas por cada um.

Embora o Brasil não deva ser considerado de “baixo risco”, uma posição intermediária seria considerada positiva para o agronegócio nacional, já que facilitaria as exportações, mantendo um nível de rastreabilidade compatível com as exigências europeias.

No entanto, as negociações estão longe de serem simples. A legislação brasileira permite o desmatamento legal em determinadas áreas, desde que as propriedades cumpram exigências como a manutenção de reservas legais – áreas de vegetação nativa que devem ser preservadas nas propriedades rurais.

Na Amazônia, por exemplo, é exigido que 80% da área seja preservada, enquanto em outras regiões a porcentagem pode ser menor. Essa flexibilidade é um ponto de discórdia nas conversas com a União Europeia, que defende a meta de “desmatamento zero”. Para o agronegócio brasileiro, essa abordagem europeia não leva em consideração as particularidades das leis nacionais, que buscam equilibrar o uso agrícola com a preservação ambiental.

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Além disso, a nova categorização de risco introduzida pela EUDR, que agora inclui a classificação de “nulo”, foi vista com preocupação por setores do agronegócio. A medida tem o potencial de beneficiar países que já passaram por um estágio de expansão agrícola, criando um descompasso em relação a nações em desenvolvimento, como o Brasil, que ainda estão avançando em sua produção rural e em busca de práticas mais sustentáveis.

O presidente do Instituto do agronegócio (IA), Isan Rezende (foto), expressou a preocupação do setor agropecuário em relação à chamada moratória do desmatamento imposta pela União Europeia. Para ele, a imposição de um bloqueio indiscriminado de produtos de áreas desmatadas pode desconsiderar os avanços realizados pelo Brasil na área de sustentabilidade, sem levar em conta o contexto legislativo brasileiro.

Imagem: assessoria

“Temos que entender que o Brasil, ao contrário de outros países, ainda está em um processo de expansão agrícola, e a moratória pode gerar um descompasso. A imposição de regras que não consideram as particularidades da nossa legislação cria um obstáculo adicional ao crescimento do setor”, disse o presidente do IA. Segundo Rezende, o Brasil tem investido significativamente em tecnologias que tornam a produção mais sustentável, mas a pressão da moratória pode inibir esses avanços ao tornar as exportações mais complexas e onerosas.

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Rezende também destacou a necessidade de um diálogo mais equilibrado entre as partes envolvidas. “Acreditamos que uma abordagem mais flexível, que leve em consideração as leis ambientais brasileiras, é fundamental para que possamos manter nossa posição como um dos maiores produtores agrícolas do mundo. A moratória, da maneira como está sendo proposta, é um desafio para o setor, mas seguimos confiantes de que, com negociações justas, conseguiremos chegar a um meio-termo”, disse o presidente do IA.

Esses pontos de divergência devem ser tratados nas próximas rodadas de negociações, previstas para ocorrer entre março e abril deste ano, quando a Comissão Europeia deve detalhar mais claramente os critérios de rastreabilidade e as exigências para cada país. A expectativa do agronegócio brasileiro é de que o país seja posicionado de maneira a garantir uma exportação viável para a UE, sem sobrecargas burocráticas e com uma avaliação justa de suas políticas de preservação e uso da terra.

Dessa forma, o Brasil se prepara para um ano de intensas negociações, com o objetivo de ajustar sua legislação e práticas às exigências europeias, ao mesmo tempo em que busca minimizar os impactos econômicos de uma possível classificação de alto risco. A questão do desmatamento legal será central nas conversas, e o desfecho dessas discussões poderá definir o futuro das exportações brasileiras para o mercado europeu nos próximos anos.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Brasil fortalece exportação de carne suína com acordo de regionalização com Singapura

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Diante dos desafios impostos pelos surtos de peste suína africana, o acordo de regionalização estabelecido entre Brasil e Singapura surge como uma estratégia fundamental para garantir a segurança sanitária e ampliar a presença da carne suína brasileira no mercado internacional. Esse novo cenário abre oportunidades comerciais significativas para o setor suinícola nacional e reforça a importância de medidas preventivas eficazes.

Avanço comercial e impacto econômico

O acordo representa um marco histórico para o Brasil, que, em janeiro de 2025, alcançou recorde de exportação de carne suína para o mês, com Singapura figurando como o sexto maior destino. “Esse acordo demonstra a confiança do mercado na qualidade e segurança da carne suína brasileira. Singapura é um dos mercados mais rigorosos da Ásia nesses aspectos. Essa nova oportunidade permite ampliar ainda mais a presença do Brasil no cenário global, fortalecendo o desempenho das exportações”, destaca Mara Costa, médica veterinária e Gerente de Serviços Técnicos da Kemin, com foco na suinocultura.

O Brasil segue protocolos sanitários rigorosos para atender às exigências internacionais. “A qualidade da produção e o compromisso com a sustentabilidade são diferenciais que consolidam o Brasil como referência na exportação de carne suína”, ressalta a especialista.

Medidas de biossegurança e prevenção sanitária

A peste suína africana segue como uma preocupação global, mas o Brasil se destaca por estar livre das principais doenças suínas altamente contagiosas, como a PRRS (Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína). “Esse status sanitário é resultado do compromisso da suinocultura brasileira com a biossegurança. Desde a chegada do material genético ao país, os animais passam por rigorosos exames sanitários, assegurando a entrada apenas de exemplares saudáveis no plantel nacional. Essa abordagem, aliada às boas práticas de bem-estar animal, garante a segurança e qualidade da carne exportada”, explica Mara.

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Para manter esse patamar, as práticas de biossegurança abrangem desde medidas sanitárias nas granjas até a nutrição animal de qualidade. O setor também adota políticas integradas de prevenção, combinando estratégias regulatórias e soluções tecnológicas para fortalecer a proteção contra doenças e garantir a estabilidade das exportações.

Inovação na saúde animal e segurança alimentar

A segurança alimentar também depende da inovação na saúde animal. A Kemin, fabricante global de ingredientes voltados para a nutrição e bem-estar dos animais, desenvolve soluções que garantem a qualidade em todas as etapas da produção. “Estudos inovadores foram realizados para entender o papel das matérias-primas na transmissão de doenças como a peste suína africana e a PRRS. Produtos à base de ácidos orgânicos surgem como solução para mitigar riscos durante o armazenamento e a fabricação de rações”, afirma Mara.

Fatores como qualidade das matérias-primas, estresse e condições ambientais impactam diretamente a saúde dos suínos. “Manter a imunidade dos animais elevada é essencial para garantir alimentos seguros, produtividade e rentabilidade, tanto para exportação quanto para o mercado interno”, complementa a especialista.

A Kemin oferece soluções inovadoras para a saúde intestinal, incluindo probióticos, blends de ácidos orgânicos, óleos essenciais, beta-glucanos de algas e butiratos. Um dos destaques é o Aleta, um beta-glucano de alga amplamente utilizado na Ásia para enfrentar desafios sanitários como a peste suína africana e na Europa e nos EUA para o combate à PRRS. “O Aleta melhora a imunidade dos leitões por meio do colostro da porca, aumentando sua produção e qualidade. Além disso, fortalece o sistema imunológico e otimiza a resposta vacinal”, explica Mara.

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O acordo de regionalização entre Brasil e Singapura marca um avanço estratégico para a suinocultura nacional, ampliando mercados e reafirmando os altos padrões sanitários do setor. Com protocolos rigorosos, biossegurança eficaz e soluções tecnológicas inovadoras, o Brasil se consolida como um fornecedor de confiança para mercados exigentes, enquanto empresas como a Kemin desempenham um papel fundamental na garantia da segurança, imunidade e produtividade da cadeia produtiva suinícola.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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