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Estratégias para a Aquisição de Insumos em 2025: Como o Produtor Rural Deve se Preparar

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A safra de 2025 apresenta desafios e oportunidades para os produtores rurais brasileiros. Questões geopolíticas continuam a exigir atenção, especialmente os conflitos em regiões produtoras de fertilizantes, que podem impactar a oferta global desses insumos. Além disso, os entraves logísticos enfrentados em 2024 ainda podem refletir no transporte e distribuição de produtos. Entretanto, essas adversidades também representam uma oportunidade para os produtores brasileiros consolidarem sua posição no mercado internacional.

Investimentos em estratégias como o uso eficiente de insumos, a adoção de tecnologias agrícolas inovadoras e a diversificação de fornecedores são fundamentais para reduzir a dependência externa e aumentar a competitividade do agronegócio nacional. Para isso, a preparação financeira, logística e tecnológica do produtor rural será essencial para garantir boas margens de lucro e assegurar a aquisição de insumos no momento adequado. O planejamento antecipado e o monitoramento de variáveis como câmbio, taxa de juros e preços das commodities serão determinantes para maximizar os resultados na próxima safra.

Planejamento: A Chave para o Sucesso

Segundo Guilherme Pereira, Head de Planejamento Estratégico da Orbia, a maior plataforma digital integrada do agronegócio na América Latina, um planejamento eficiente começa com uma análise detalhada dos custos envolvidos na formação da lavoura. “Com um cultivo bem planejado, o produtor pode identificar o momento mais adequado para a compra de insumos, aproveitando janelas de oportunidade em que a relação de troca seja mais favorável”, explica.

Essa estratégia é exemplificada pelo comportamento do mercado em outubro de 2024, quando a relação de troca de uma tonelada de cloreto de potássio (KCL) foi de 53,9 sacas de milho, um patamar significativamente inferior às 66,99 sacas registradas em abril do mesmo ano, conforme dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA).

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Outro fator determinante é a taxa de câmbio, dado que grande parte dos insumos tem preços atrelados ao dólar. “Com a moeda americana oscilando próxima a R$ 6,00, o planejamento torna-se ainda mais crucial para definir se é vantajoso antecipar compras ou travar preços”, alerta Pereira.

Condições de Financiamento

As opções de financiamento desempenham um papel fundamental na estratégia de aquisição de insumos. No Brasil, os produtores rurais podem recorrer ao crédito público ou privado. O crédito público, por exemplo, pode oferecer vantagens ao permitir negociações à vista com as indústrias. “Uma alternativa amplamente utilizada é a modalidade de barter, na qual o produtor troca parte da produção por insumos, garantindo previsibilidade e segurança”, destaca Robson Rizzon, CCO da Orbia.

Contudo, antes de assumir compromissos financeiros, é imprescindível avaliar aspectos como taxas de juros, prazos, tipo de financiamento (custeio ou investimento) e impacto no retorno esperado. “O planejamento adequado assegura que o retorno sobre o investimento seja positivo, garantindo a sustentabilidade da atividade”, reforça o especialista.

Logística e Previsibilidade

Apesar dos desafios logísticos enfrentados pelo Brasil, decorrentes das grandes distâncias entre os centros produtores e os terminais portuários, não há indícios de desabastecimento para a safra 2025/26. No entanto, a predominância do modal rodoviário exige monitoramento contínuo.

Indústrias, distribuidores e fornecedores têm se organizado com base no crescimento das principais culturas, como soja, milho, arroz e café, para garantir o atendimento à demanda. “A previsibilidade da intenção de plantio é essencial para alinhar a oferta de insumos às necessidades do campo”, ressalta Rizzon.

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Tecnologia e Tendências Sustentáveis

O uso de tecnologias e insumos sustentáveis tem crescido de forma expressiva no Brasil e deve continuar impulsionando o setor agropecuário. Na safra 2023/24, os investimentos em produtos biológicos atingiram R$ 5 bilhões, representando um crescimento de 15% em relação ao ciclo anterior. “Os insumos tradicionais ainda dominam o mercado, mas um estudo da McKinsey revelou que 70% dos produtores esperam manter ou aumentar os gastos com produtos biológicos, evidenciando um avanço significativo dessa tendência”, observa Pereira.

A digitalização também tem desempenhado um papel relevante, facilitando o acesso a insumos e proporcionando maior segurança no crédito rural. “Marketplaces e plataformas digitais agilizam negociações e aumentam a eficiência do planejamento estratégico no campo”, acrescenta o especialista. Essas ferramentas possibilitam maior precisão na aquisição de insumos, contribuindo para a otimização dos recursos.

Diversificação e Resiliência

A diversificação de culturas segue como uma estratégia eficaz para mitigar riscos climáticos e financeiros. “A monocultura não é sustentável a longo prazo. O produtor que adota diferentes culturas e atividades consegue garantir maior resiliência e rentabilidade”, conclui Rizzon.

Diante de um cenário de custos elevados e margens pressionadas, o planejamento de médio e longo prazo torna-se imprescindível. A safra de 2025 representa uma oportunidade para consolidar boas práticas e fortalecer a competitividade da agricultura brasileira.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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O Brasil e Sua Liderança na Produção de Alimentos

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Segundo análise do presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), Vanir Zanatta, o Brasil se destaca globalmente como o país mais eficiente na produção de alimentos. Essa eficiência se reflete não apenas na abundância de alimentos disponíveis para consumo interno, mas também na geração de excedentes que garantem o abastecimento de diversas nações. Além disso, o Brasil se orgulha de oferecer preços acessíveis à sua população, tornando-se um dos países com alimentos mais baratos do mundo, com raras exceções.

A formação dos preços alimentares é influenciada por uma série de fatores, todos submetidos às leis do mercado e variando conforme a oferta e demanda. No entanto, a agricultura e a pecuária, principais segmentos do setor primário da economia, estão sujeitos a uma gama de fatores externos, como condições climáticas, políticas públicas, câmbio, questões sanitárias e a dinâmica do mercado global.

Nos últimos tempos, a produção agrícola brasileira foi severamente impactada por fenômenos climáticos como as cheias no sul e a estiagem no centro-oeste. Esses eventos resultaram em uma menor oferta de grãos, ovos e frutas, provocando a elevação dos preços de alguns produtos. Entretanto, os desafios não se limitaram ao clima. O aumento no custo da energia elétrica e dos combustíveis, especialmente o diesel e a gasolina, afetou diretamente os custos de produção no campo e, por consequência, toda a economia.

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Além desses fatores conjunturais, o Brasil enfrenta problemas estruturais crônicos, como a precariedade das rodovias vicinais, a infraestrutura de internet deficiente no meio rural, a insuficiência da rede trifásica de energia elétrica e a escassez de mão de obra qualificada. Todos esses aspectos fazem parte do “custo Brasil”, o qual eleva os preços de produção de alimentos, que também estão sujeitos às flutuações nos preços internacionais de insumos essenciais, como fertilizantes, sementes, defensivos agrícolas e sêmen, muitas vezes exacerbados por crises e conflitos internacionais.

O Brasil, com sua vasta capacidade produtiva, orgulha-se de ser o país que mais contribui para a alimentação mundial, gerando alimentos para sustentar cerca de 1 bilhão de pessoas. O país apresenta a maior expansão de área plantada do mundo, e sua produção de grãos tem crescido de forma acelerada. Enquanto levou 28 anos para atingir a marca de 100 milhões de toneladas, o Brasil levou apenas 14 anos para dobrar esse volume, alcançando 200 milhões de toneladas, e apenas oito anos para atingir 300 milhões de toneladas. Projeções indicam que o país ultrapassará as 600 milhões de toneladas por ano até 2035. Tudo isso ocorre em harmonia com a maior reserva ambiental do planeta, que é financiada e preservada pelos próprios produtores brasileiros, que assumem o maior custo de preservação ambiental, sem qualquer ajuda financeira.

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É evidente que o mundo depende do Brasil. O país se tornou o maior exportador líquido de alimentos do planeta, com uma balança comercial positiva de cerca de 170 milhões de toneladas anuais entre exportações e importações alimentícias.

Nesse cenário, é possível entender que a decisão governamental de isentar os impostos sobre a importação de alimentos não terá um impacto significativo na redução dos preços internos. Embora os custos de produção em outros países sejam mais baixos do que no Brasil, é difícil imaginar que alimentos importados sejam mais baratos do que os produzidos localmente.

A recuperação de preços mais baixos, após o período de alta de alguns produtos alimentares, será naturalmente alcançada através da dinâmica do mercado, com a colheita das novas safras e a regularização da oferta e demanda. O Brasil continuará a exercer um papel crucial no combate à desnutrição mundial, com os preços de alimentos diminuindo à medida que a produção aumenta. Esse mérito é atribuído, mais uma vez, às cooperativas agropecuárias, aos produtores e empresários rurais, às agroindústrias e a toda a cadeia produtiva do agronegócio brasileiro.

Fonte: Portal do Agronegócio

Fonte: Portal do Agronegócio

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