Agronegócio
Vale da Grama obtém selo de Indicação Geográfica para café de excelência
O Vale da Grama, região cafeeira localizada no lado paulista da Serra da Mantiqueira, foi oficialmente reconhecido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) como uma Indicação Geográfica (IG) na modalidade de Indicação de Procedência (IP) para seu café. Famosa internacionalmente pela qualidade de seus cafés especiais, a região reúne 260 produtores no município de São Sebastião da Grama (SP), a mais de 1.000 metros de altitude. As características climáticas locais, com dias quentes e noites frias, proporcionam uma maturação mais lenta dos grãos, resultando em um café arábica de altíssima qualidade.
Café com identidade e qualidade certificadas
A obtenção do selo IG posiciona o Vale da Grama ao lado de outras importantes regiões cafeeiras paulistas, como Alta Mogiana, Região de Pinhal e Região de Garça. A fertilidade do solo de origem vulcânica confere ao café local notas cítricas e sensoriais de caramelo, com alta doçura, corpo médio e finalização prolongada. Para ostentar o selo, a bebida deve atingir ao menos 80 pontos na tabela da Specialty Coffee Association (SCA).
Tradição histórica e reconhecimento internacional
A história do cultivo de café no Vale da Grama remonta à segunda metade do século XIX, quando o clima ameno e as fontes de água atraíram as primeiras famílias produtoras, muitas delas imigrantes europeias, sobretudo italianas. Mesmo antes da fundação oficial da cidade, em 1925, o café já era o principal motor econômico da região.
O reconhecimento da qualidade do café local não é novidade. Em 2022, os produtores da região conquistaram o 1º e 4º lugares no Cup of Excellence, considerado o “Oscar” dos cafés especiais. Este ano, no 4º Concurso do Terroir da Região Vulcânica, os produtores do Vale da Grama garantiram sete troféus nas categorias de café natural, cereja descascado e fermentado.
Produção artesanal com dedicação
A geografia montanhosa da região favorece uma colheita predominantemente manual, complementada por equipamentos como as “mãozinhas mecânicas” para auxiliar no processo. A atenção meticulosa dedicada ao pós-colheita e à secagem dos grãos reflete-se na qualidade excepcional do produto.
Com o registro, o Vale da Grama se tornou a 18ª Indicação Geográfica do Café no Brasil, consolidando-se como um exemplo de excelência no setor cafeeiro nacional.
Impacto econômico e cultural
Além de agregar valor ao produto, o selo de Indicação Geográfica promove o turismo regional. Produtores já se articulam com representantes de setores como gastronomia, hotelaria e artesanato para integrar o café do Vale da Grama à experiência turística local. “Nosso objetivo é fortalecer a identidade do café e mostrar que a Indicação Geográfica vai além do produto em si, sendo um movimento cultural e econômico para a região”, afirmou Valdir Duarte, presidente da Associação de Cafeicultores do Vale da Grama.
O que é uma Indicação Geográfica?
O selo de IG é conferido a produtos ou serviços que possuem características específicas de sua região de origem, destacando-os no mercado por sua identidade, qualidade e reputação. O Inpi é responsável pela concessão do registro, enquanto o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) atua no fomento dessas atividades e na delimitação territorial das áreas reconhecidas.
Francisco José Mitidieri, da Superintendência de Agricultura e Pecuária de São Paulo, destacou que o reconhecimento reflete o esforço coletivo de produtores e apoiadores. Segundo ele, além de valorizar o produto, a IG promove o associativismo, essencial para fortalecer a comunidade local. “A conquista representa mais do que um selo; é um símbolo de identidade e união para o território”, concluiu.
- Para saber mais sobre como fazer o registro de uma IG, clique aqui.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
Agronegócio
Clima adverso reduz safra de café no Brasil para 54,2 milhões de sacas em 2024
A safra de café brasileira em 2024 está estimada em 54,2 milhões de sacas de 60 kg, segundo o quarto e último levantamento divulgado nesta terça-feira (21) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O resultado representa uma queda de 1,6% em relação à safra de 2023, reflexo das condições climáticas adversas que têm desafiado o setor cafeeiro nos últimos anos.
Apesar da redução, o volume é 3,3 milhões de sacas superior ao registrado em 2022, último ano de alta na bienalidade cafeeira. O clima extremo, marcado por estiagens, altas temperaturas e eventos climáticos como geadas, impactou diretamente a produtividade média nacional, que ficou em 28,8 sacas por hectare – 1,9% abaixo da safra anterior.
Desempenho regional e por espécie
Minas Gerais, maior estado produtor de café no Brasil e responsável por 52% da produção nacional, colheu 28,1 milhões de sacas em 2024, uma redução de 3,1% em relação a 2023. O estado enfrentou chuvas escassas e temperaturas elevadas durante o ciclo das lavouras, especialmente a partir de abril, o que prejudicou o potencial produtivo.
Entre as espécies cultivadas, o café arábica teve leve crescimento de 0,2% na produtividade, alcançando 39,6 milhões de sacas de café beneficiado – alta de 1,8% em comparação ao ciclo anterior. No entanto, o conilon apresentou queda de 5,9% na produtividade média, com safra estimada em 14,6 milhões de sacas.
No Espírito Santo, principal produtor de conilon, a produção totalizou 9,8 milhões de sacas, uma redução de 3,1% em relação a 2023. As condições climáticas desfavoráveis no final de 2023, como ondas de calor intensas, limitaram o desempenho da safra, apesar do bom potencial inicial. Rondônia, outro importante estado produtor, registrou uma queda acentuada de 31,2%, com pouco mais de 2 milhões de sacas colhidas, devido ao clima adverso e ajustes no mapeamento das áreas de produção.
Exportações em alta histórica
Apesar das dificuldades na produção, o Brasil registrou um recorde histórico nas exportações de café em 2024, com o embarque de 50,5 milhões de sacas, um aumento de 28,8% em relação ao ano anterior. O desempenho gerou uma receita de US$ 12,3 bilhões, a maior já registrada, com alta de 52,6% em comparação a 2023.
O crescimento nas exportações foi impulsionado pela valorização do café no mercado internacional, fortalecimento do dólar e ajustes na oferta e demanda global. Adversidades climáticas em outros países produtores também contribuíram para a elevação dos preços no mercado global.
Para mais informações sobre a safra de 2024, a Conab disponibiliza o boletim completo e tabelas detalhadas em seu site oficial.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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