ARTIGOS
100 anos do livro As Raias de Mato Grosso / por Suelme Fernandes

Mato Grosso tal qual conhecemos hoje é fruto de um passado com múltiplas e contraditórias definições espaciais, topônimos e batismos coloniais de lugares, além é claro, de muitas disputas pelo território. Uma polifonia de significados com raízes históricas profundas.
A construção das memórias geográficas desse Estado e seus laços fronteiriços produziu muitos vestígios documentais e literários desde os primeiros tempos da colonização séc. XVIII.
No afã de descrever ou definir com palavras esse espaço político, o historiador Virgílio Corrêa Filho publicou o compendio As Raias de Mato Grosso, escrito em 1923 e publicado em 1925.
A obra é composta de 4 volumes e foi publicada em São Paulo na Seção Obras de São Paulo: Vol. I Fronteira Septentrional (Norte) 124 páginas; Vol. II Oriental (Leste) 150 páginas, Vol. III Meridional (Sul) 212 páginas e Vol. IV Ocidental (Oeste) com 165 páginas.
Respectivamente aborda os limites geográficos com os estados do Amazonas, Pará, Goiás-Minas, São Paulo, Paraná e com dois países, Paraguai e Bolívia.
No prefácio, Virgílio Corrêa publica uma foto de página do ex governador do Estado Antônio Corrêa da Costa, falecido em 1920, seguido de uma nota de homenagem póstuma pela participação dele na definição das fronteiras: “Não lhe permitiu o destino, todavia, historiasse os sucessos de que fora glorioso protagonista”.
Apesar das inúmeras expedições científicas do séc. XIX, Mato Grosso figurava no imaginário da República como “terras selvagens incógnitas, habitadas por índios,” chegando a ser conhecido como o “Imenso inferno verde”.
No alvorecer da República, o mapa de Mato Grosso ainda era apenas rabiscos rudimentares e imprecisos.
Um território continental que abrangia as áreas dos atuais estados de Rondônia e Mato Grosso do Sul.
Em 1909, por exemplo, existiam grandes litígios pelas regiões do Alto Madeira e Alto Tapajós com Amazonas e Pará, áreas muito cobiçadas ricas pelo extrativismo da Borracha.
Como remanescente dessas disputas judiciais antigas a definição das balizas entre Mato Grosso e Pará seguem em litígio até os dias atuais.
A demarcação das jurisdições entre os estados, além de ser definição estratégica para o incremento de tributos das coletorias regionais, eram necessárias para construção da identidade regional e nacional.
O Instituto Histórico Geográfico de Mato Grosso, foi fundado em 1919, entre outros objetivos, com a missão de definir o território, os símbolos oficiais e as tradições que distinguiria essa região. Era primordial para instituição definir um território e um gentílico para o povo mato-grossense.
O próprio Hino de Mato Grosso, composto por Dom Aquino Corrêa do mesmo ano, reflete essa preocupação: “Limitando, qual novo colosso O ocidente do imenso Brasil Eis aqui, sempre em flor, Mato Grosso Nosso berço glorioso e gentil.”
Era mister, portanto, publicar livros e estudos para que com palavras se definisse semioticamente a área de Mato Grosso.
O território do Estado representava um quarto de toda fronteira nacional, parte dela internacional com Paraguai e Bolívia.
O fantasma e os temores da Guerra do Paraguai de 1864 com a invasão de Corumbá ainda pairava como ameaça à integridade territorial brasileira no começo do século XX.
Pelo menos cinco mato-grossenses notáveis foram essenciais na delimitação territorial do Estado no período republicano: os ex governadores Antônio Corrêa da Costa 1903-1906, Pedro Celestino Corrêa da Costa 1908-1911, 1922-1924, Caetano Manuel de Faria e Albuquerque 1915-1917, Dom Aquino Corrêa 1918-1922 e o sertanista Cândido Mariano Rondon.
Em 1917, Caetano Manuel encomenda a Carta Geográfica de Mato Grosso para o Gal. Cândido Mariano Rondon criando o Serviço de Conclusão da Carta de Mato Grosso.
Para assumir o órgão e os trabalhos de campo convocou Francisco Jaguaribe Gomes de Matos Neto, General de Brigada e Engenheiro Militar da Comissão Rondon.
Em 1925 é lançada a obra As Raias de Mato Grosso com intuito de apresentar todos os limites, negociações, documentos jurídicos e referências históricas da constituição desse espaço geográfico que conhecemos como mapa de Mato Grosso.
O compêndio de Corrêa Filho serviu como referência documental para autoridades e pesquisadores e para aclarar pendências jurídicas e políticas sobre os limites entre Mato Grosso os estados e países vizinhos.
Apesar de na definição jurídica e acordos de limites constarem coordenadas geográficas, o primeiro mapa de Mato Grosso de fato só foi confeccionado alguns anos mais tarde, em 1952, pelos trabalhos e estudos hercúleos de Mal. Rondon.
As raias cartografadas que definiram limites territoriais do Estado, apagaram áreas ancestrais de povos originários antigos, pondo a rés do chão muitas espacialidades.
Muitos lugares nos mapas de limites foram identificadas como Terras Indígenas e outros foram representados nos quadrantes do mapa “em branco”, como espaços vazios a serem conquistados.
Viraram estoques de terras disponíveis para ocupação.
Os mapas são, antes de tudo, instrumentos geopolíticos, convites a “fortuna” e terras “devolutas”.
Esses discursos geográficos e as políticas de aldeamentos facilitaram a implantação de grandes projetos de ocupação e colonização de Mato Grosso nos anos posteriores.
A grande obra de Virgílio Corrêa merece uma nova publicação como homenagem a imensa contribuição patriótica do grande geógrafo e historiador que nos blindou com seu compêndio.
Seu livro serviu como fundamento para consolidação das fronteiras de Mato Grosso entre a população, políticos e técnicos.
Corrêa Filho, trata de um Mato Grosso uno e gigante que por seu expansionismo e bravura deu origem a dois outros estados da federação brasileira e referência uma geração de técnicos burocratas, ainda desconhecidos, que ajudaram a definir o que chamamos atualmente de Mapa de Mato Grosso.
Suelme Fernandes ocupa a Cadeira de Estevão Alves Corrêa no Instituto Histórico de Mato Grosso


ARTIGOS
O Papel Vital do Corretor de Imóveis na Sociedade

O corretor de imóveis exerce um papel fundamental que vai muito além da simples intermediação de transações imobiliárias. Ele é um verdadeiro agente de transformação social e desenvolvimento urbano, essencial para a prosperidade e bem-estar da comunidade.
O corretor de imóveis deve, acima de tudo, ser um profundo conhecedor da cidade onde opera. Ele precisa estar atento a todos os aspectos que influenciam a qualidade de vida dos moradores, desde a coleta de lixo e a manutenção da rede de esgoto e água, até a pintura de meio-fio e a iluminação pública. Esses detalhes podem parecer pequenos, mas fazem uma enorme diferença na atratividade dos imóveis e, consequentemente, no sucesso de suas negociações.
A infraestrutura elétrica também é um ponto crucial. Uma rede de energia estável e eficiente atrai investimentos, melhora a qualidade de vida dos cidadãos e valoriza os imóveis. Além disso, o corretor deve estar atento aos preços dos produtos básicos, como leite, boi e soja, que impactam diretamente a economia local e o poder aquisitivo dos moradores.
Mais do que um intermediário de negócios, o corretor de imóveis deve ser um participante ativo na sociedade, envolvido no desenvolvimento urbano. Isso inclui participar de projetos comunitários, reuniões de bairro e colaborar com as autoridades locais para melhorar a infraestrutura da cidade. Esse engajamento não apenas fortalece a posição do corretor como líder comunitário, mas também cria um ambiente mais atraente para potenciais compradores e locatários.
Além disso, é crucial que o corretor de imóveis participe ativamente nas escolhas dos cargos eletivos, desde o presidente de bairros até o presidente da república. A participação política permite que o corretor influencie diretamente as políticas públicas que afetam o desenvolvimento urbano e a qualidade de vida na cidade. Ao se envolver nas eleições, o corretor pode ajudar a eleger líderes comprometidos com o progresso e a sustentabilidade da cidade, o que, por sua vez, beneficia o mercado imobiliário.
Ao preocupar-se com todos os aspectos da cidade, o corretor de imóveis assegura que ela seja um lugar desejável para viver e investir. Isso se traduz em mais vendas e locações de imóveis, beneficiando diretamente o corretor. Ele deve atuar como um verdadeiro guardião da cidade, zelando pelo seu desenvolvimento sustentável e pela qualidade de vida de seus habitantes.
Portanto, caros colegas corretores, não pensem que nosso papel se limita à intermediação de imóveis. Somos pilares essenciais do desenvolvimento urbano e do bem-estar comunitário. Nosso sucesso está intrinsecamente ligado ao sucesso da cidade onde atuamos. Investir na cidade e na comunidade é investir em nosso próprio futuro profissional. Sejamos proativos, envolvidos e comprometidos com o desenvolvimento da nossa cidade, pois assim cuidaremos também do nosso sucesso.
ANTONIO ROSA RODRIGUES
CORRETOR DE IMOVEIS
PERITO AVALIADOR DE IMOVEIS
CORRETOR PUBLICO
PÓS GRADUADO EM MBA EXECUTIVO EM NEGOCIOS IMOBILIARIO
PÓS GRADUADO EM AVALIAÇÃO DE IMOVEIS
PÓS GRADUADO EM PERICIA JUDICIAL E AVALIAÇÃO DE IMOVEIS
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