SETEMBRO AMARELO

Quebrando o silêncio e encorajando: “Se precisar, peça ajuda” / Por: Virgínia Mendes

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perspectiva. A depressão pode ter várias causas, incluindo fatores genéticos, perdas pessoais, desilusão amorosa e abuso de substâncias.

A doença faz com que a pessoa se sinta envergonhada, rejeitada e solitária, e, devido à sua subestimação social, pode levar a pensamentos suicidas como uma forma de escapar das angústias. É crucial buscar acompanhamento profissional para o tratamento da depressão, o qual pode reduzir significativamente o risco de suicídio.

Se você está passando por um momento difícil, saiba que não está sozinho(a). Pedir ajuda é um ato de coragem. Converse com alguém de confiança, procure um profissional e, se precisar, ligue para o CVV: 188.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), no Brasil, 12,6% dos homens, a cada 100 mil, em comparação com 5,4% das mulheres, a cada 100 mil, morrem devido ao suicídio. A única maneira de ajudar uma pessoa que está com pensamentos suicidas é o apoio de pessoas próximas e profissionais. Se precisar, peça ajuda; esse é o melhor caminho. Nem sempre conseguimos superar nossas fragilidades sozinhos. Além dos familiares e amigos, procure um profissional habilitado. O processo não é fácil, mas, com determinação e fé, a superação é uma questão de tempo.

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Quem acompanha meu trabalho sabe que já passei por inúmeros desafios com minha saúde, momentos delicados. A única coisa que eu pensava era como superar algo que não dependia apenas de mim. Todas as doenças que enfrentei e a minha superação diária vão além da minha força de vontade. No meu caso, a fé em Deus, a minha família e a ajuda profissional foram primordiais, pois há momentos em que o corpo e a mente cansam. É nesse momento que precisamos ser humildes o suficiente para dizer: “Sim, eu preciso de ajuda”.

A vida é maravilhosa; a vida é um presente diário. “Se precisar, peça ajuda.”

Virginia Mendes é economista, mãe de três filhos, primeira-dama de MT e voluntária nas ações de Governo na área social por meio da Unidade de Ações Sociais e Atenção à Família (UNAF).

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A Santa Casa de Cuiabá: Um Lamento de Taipa e Memórias / por Suelme Fernandes

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Prestes a silenciar seus corredores, a Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá mais uma vez agoniza à beira da desativação.

Seus serviços serão transferidos pelo governo do Estado para o novo Hospital Central, deixando para trás não apenas paredes, mas séculos de história.

O destino desse patrimônio — testemunha de epidemias, guerras e incontáveis vidas salvas — paira na incerteza.

Fundada em 1815 e inaugurada no dia da comemoração de Nossa Senhora da Conceição, em 8 de dezembro de 1817, a Santa Casa foi o primeiro hospital de Mato Grosso.

Sua arquitetura singular barroca com influência germânica, carrega nas pedras e paredes de taipa socada a assinatura do governador João Carlos Augusto de Oyenhausen-Gravenburg, de origem alemã.

Os delicados ornamentos de sua fachada principal, são raridades entre as demais 10 Santas Casas do Brasil do Séc. XVIII/XIX— vestígios documentais de um tempo em que beleza e utilidade caminhavam juntas. Na década de 1920 Dom Aquino inseriu orçamentos góticos na sua arquitetura.

Foi refúgio nos dias cruéis da varíola em 1867, que exterminou 20% da população cuiabana no rastro sangrento da Guerra do Paraguai, e abrigou os desesperados durante a Gripe Espanhola de 1919, quando a morte rondava as ruas de Cuiabá.

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Tombada a sua fachada pela SECEL N.14/1998, a Santa Casa enfrenta seu capítulo mais sombrio: será leiloada para quitar dívidas trabalhistas que ultrapassam R$ 50 milhões.

Hoje, sua fachada encontra-se escorada por vigas de madeira, pois ameaça desabar — metáfora cruel de um descaso que se arrasta.

Antigamente, na maternidade do hospital, usava nos dedos dos bebês uma plaquinha de cobre de identificação, com o nome do recém-nascido e uma cruz, símbolo da Santa Casa. Essa peça era chamada de “chapa e cruz”.

Após a alta médica, as mães costumavam levar essa chapa como lembrança para casa.

Com a intensa migração pós-anos 1970, essa expressão passou a ser usada para diferenciar os nativos – dos de fora, surgindo assim o termo “cuiabano de tchapa e cruz”* — referindo-se aos nascidos na Santa Casa.

A venda levanta perguntas que ecoam como um lamento: como mensurar o valor intangível dessas paredes? Como equilibrar contas e preservar sua memória?

Enquanto o martelo do leiloeiro não bate, a Santa Casa espera. E, com ela, esperam também as sombras de todos aqueles que um dia cruzaram seus umbrais em busca não só de cura, mas de misericórdia divina.

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Talvez diante do descaso com patrimônio histórico cultural cuiabano essa piedade celestial seja, agora, a única salvação possível.

Vamos orar então para que Nossa Sra. da Conceição possa ter misericórdia da Santa Casa.

Suelme Fernandes é mestre em História e membro do IHGMT.

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