TRIBUNAL DE JUSTIÇA MT
Várzea Grande comemora 155 anos neste domingo e Judiciário acompanha a evolução


A presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Maria Helena Póvoas, parabenizou os várzea-grandenses pelo aniversário do município e enalteceu a relevância histórica da cidade vizinha à capital.

Nos últimos 37 anos da criação do Fórum de Várzea Grande, a unidade tem entregado à sociedade cidadania, Justiça e respeito. Diretor do Fórum, o juiz Luis Otávio Pereira Marques, contou que a expectativa é que a mudança para a nova sede do Fórum seja concluída em breve. O local tem 38 mil m², sendo 21 mil m² de área construída e vai unificar ainda os juizados, sempre levando em conta que as evoluções digitais para o futuro.

A presença do Fórum, ressalta o juiz-diretor, aumenta a segurança do município. E ele afirma que não se trata somente da segurança em si dos cidadãos e cidadãs, mas também a segurança econômica e social, sem deixar de falar na justiça.
“O Fórum é um coadjuvante da evolução econômica e social do município. Caminhou em conjunto com os demais poderes, Legislativo e o Executivo. Dentro de sua independência e harmonia com os poderes contribuiu muito propagando a pacificação social, dirimindo conflitos”, assevera o juiz.

O magistrado atua na 1ª Vara Criminal e no Juizado Especial Cível onde se destaca pela implantação do Juízo 100% Digital em 3 mil dos quase 4 mil processos. A adesão ao Juízo 100% Digital é opcional, ou seja, advogados, advogadas e partes dos processos podem optar pelo sistema no momento da distribuição da ação.
O juiz conta que conseguiu número expressivo de adesões trabalhando de forma proativa. “Eu não espero que as partes ou as defesas já saibam o que é essa possibilidade. Procuro sempre informar as facilidades que é se relacionar com a Justiça de forma totalmente virtual. O processo ganha em agilidade, existe também a economia para o Poder Público. Quando explano essas vantagens, é muito difícil as partes não optarem, porque é a melhor forma”, relata.

Diferença entre PJe e Juízo 100% Digital – O PJe é a forma eletrônica do processo, ou seja, ele está em ambiente virtual. O Juízo 100% digital é uma forma de atuação, onde todos os procedimentos de um processo tramitam pela internet. Isso quer dizer que tudo é feito de forma virtual, sem precisar sair de casa ou do escritório, inclusive entrar em contato com servidores e magistrados. A comunicação dos atos processuais e a realização de audiências também é de modo virtual.
Andhressa Barboza
Coordenadoria de Comunicação da Presidência do TJMT
Fonte: Tribunal de Justiça de MT
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA MT
Adoção e o poder de mudar vidas


“Adoção mudou minha vida, proporcionou estabilidade, permitiu crescimento pessoal, acesso à educação, criação de vínculos afetivos duradouros, uma convivência familiar e principalmente novas possibilidades. Além de tudo isso foi uma semente positiva na minha vida. Se for parar para pensar, no papel, adotar alguém, assumir o filho de outra pessoa soa esquisito, mas não é, pelo contrário é um compromisso muito grande e o que permeia isso é o amor e o afeto”, afirma Paulo.
Ele conta que nasceu em Recife, Pernambuco, sua mãe era doméstica da sua família adotiva. Desde o nascimento convivia com as duas famílias, a biológica e a que se tornaria adotiva. “Aos poucos fui sendo inserido no núcleo da minha família adotiva de cinco irmãos. Esses irmãos eram padrinhos, madrinhas e dentre eles a minha mãe adotiva. A mãe biológica se afastou e passou a não trabalhar mais na casa. Contudo nós mantivemos contato até os meus cinco anos de idade”, relembra.
Para ele, revendo esse processo inicial, era o que é considerado hoje uma adoção aberta, onde o adotado tem conhecimento da sua origem biológica e tem contato com ela. “Então nesse processo de adoção aberta, eu convivi com minha mãe biológica e a família adotiva até a formalização da minha adoção, que só foi possível naquela época por conta do Presidente Juscelino Kubitschek. Ele queria adotar uma menina, porém a legislação dizia que apenas pessoas acima de 50 anos e casadas poderiam adotar. Então ele promoveu a atualização da lei, reduzindo a idade mínima do adotante de 50 para 30 anos, o que habilitou minha mãe adotiva solteira a me adotar”, explica o pediatra.

Paralelamente Paulo iniciou um trabalho de encontro com pessoas adotadas nas redes sociais, que mais tarde se tornaria a Associação Brasileira de Pessoas Adotadas (Adotiva). “Ela é formada por filhos adotivos em diferentes estados do país, tem membros do Rio Grande do Sul, Ceará, Maranhão, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, tem gente de vários Estados do país. Nosso público são adultos que foram adotados como crianças, temos pessoas de diferentes faixas, entre 20 a 70 anos. Realizamos o registro dela no último dia 2 de dezembro de 2021. O objetivo da associação é justamente aprimorar a noção de identidade adotiva, promovendo o encontro de adotados; a melhoria do processo de adoção no Brasil através da promoção de adoções abertas; do programa de Entrega Legal; a busca da origem biológica por meio da criação ou consolidação de políticas públicas que promovam acesso à exames de DNA e outras formas de facilitar o reencontro, entre outras ações. Somos grandes amigos, nos reunimos semanalmente, mas só nos conhecemos on line”, explica.
E à medida que foi participando dos encontros com os outros adotados, debatendo a busca das origens, nascia assim à vontade de procurar a sua história. “Eu perdi contato com a minha mãe biológica, então eu fui atrás, e por meio de contatos na minha cidade natal, Recife, descobri um projeto do setor de identificação da Polícia Civil do Estado de Pernambuco, o Projeto Reencontro. Nele é possível acessar dados como identidade, telefone e endereço de pessoas que se procuram. Foi assim que descobri que minha mãe biológica havia falecido, porém que tinha uma tia com 89 anos viva e lúcida. Além disso, descobri que tenho duas irmãs no Rio de Janeiro e um irmão no Espírito Santo, todos meios irmãos”, conta.
Em abril, após 63 anos, Paulo se reencontrou com a sua família biológica. “Na Semana Santa voltei para Recife para encontrar minha tia e várias primas. Eu pude obter informações preciosas sobre minha origem e isso me deu uma sensação de completude que não tem preço. É como se coroasse uma vida. Não que eu esteja abandonando minha família adotiva, mas apenas complementando informações da minha própria identidade e minha biografia. E ter essa oportunidade, de encontrar a família biológica é para poucos adotados no Brasil. Muitos são fruto de adoções à brasileira, uma forma cruel neste aspecto, onde na grande maioria das vezes não é possível acessar dados de origem das pessoas. Eu consegui acesso a minha família biológica, porque minha mãe adotiva sempre foi muito correta e guardou informações”, diz o médico.
Paulo ressalta ainda que para o adotado buscar sua história, com maior detalhe possível é imprescindível, esse resguardo de informações. “Independentemente de você ter sido adotado bebê ou maior, em algum momento da sua vida você vai querer saber mais de onde você veio, que nem eu, que aos 68 anos de idade fui atrás de informações. E também, independentemente da idade que você foi adotado, você passa por traumas, desde o trauma da separação quando bebê – o trauma primordial, aos traumas das relações familiares disfuncionais, do abrigamento, dos transtornos de apego afetivo ou outros motivos. Assim é preciso que a família que adota essa criança, saiba que ela teve uma história antes de chegar até eles e que ela tem que ser respeitada e valorizada. E que ser apresentado a essa história não diminui tudo que ele viveu com sua família adotiva. A história do filho adotivo não começa no dia em que ele é levado para a nova casa. Ele nasce para aquela família, mas ele tem um passado e uma origem que lhe são marcantes”.
Para o pediatra, a adoção é uma via de dois sentidos. “Ela acolhe a criança ou adolescente, lhe dá nova uma família e ao mesmo tempo a oportunidade de casais de serem pais. É algo extremamente positivo, que dá sentido à vida de muitas pessoas e que tem que ser preservado e aperfeiçoado. Porque a gente ainda vê imperfeições dentro do processo. Mas independente disso, adotar é ver novos horizontes, é ver um mundo novo se abrir na sua frente”.
Um dos pontos que precisa de melhorias no sistema de adoção, segundo Paulo, é a criação de uma central de informações, que permitam aos adotados encontrar dados sobre a família biológica. “Na Inglaterra, por exemplo, existem escritórios especializados em guardar e buscar informações. É preciso preservá-las, e ainda mantê-las atualizadas. Existem tantas coisas que podem ser feitas, pela própria equipe da Justiça, como atualização dos contatos, trocas de cartas, de e-mails, de fotografia. Além do que, hoje ainda dispomos da facilidade das redes sociais para que as pessoas se encontrem. Isso é muito importante também para as mães biológicas, que podem processar melhor o luto da perda de um filho. Seria a adoção aberta, que nos Estados Unidos é algo tão comum e benéfico e não existe no Brasil. E não são só os adotados que querem informações, tem pais e familiares de origem buscando seus filhos que foram adotados. A facilidade da internet e das redes sociais tem tornado isso possível e não tem como voltar atrás”, finaliza.
Essa matéria possui recursos de texto alternativo para promover a inclusão das pessoas com deficiência.
Foto 1: colorida. Paulo sentado no sofá com a tia de 89 anos e em pé policiais civis do Estado de Pernambuco, do Projeto Reencontro.
Foto 2: colorida. Paulo está de camiseta cinza e óculos. Ao fundo uma área verde no Parque das Águas, onde foi realizada a caminhada da Adoção em Cuiabá..
Larissa Klein
Assessoria de imprensa CGJ
Fonte: Tribunal de Justiça de MT
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